quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pacientes com Anorexia




O paciente com anorexia se destaca pelo peso baixo. As pessoas doentes não são notadas pelo seu comportamento. O paciente anorético recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações, pois não considera seu comportamento errado, e não nota o quanto esta emagrecendo. Ele é capaz de falar para colegas e familiares que deve perder peso apesar de sua magreza. Os familiares assim que notarem devem recorrer ao profissional de saúde mental. As modelos são as mais atingidas por anorexia, pois é exigência padrão que elas sejam magras, e com isso elas sempre estão em busca da perfeição.
O tratamento da anorexia continua sendo muito difícil. Não há medicamentos específicos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa, mas o problema é que apesar da fome se recusam a comer. Para o tratamento também são usadas as psicoterapias, tanto individuais como em grupo, na maioria das vezes são em família. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Às vezes é necessário forçar a alimentação, ou seja, internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica.
Depois de recuperado nem sempre os pacientes sabem explicar tudo o que passaram, ou até mesmo preferem não tocar no assunto, mas o fato é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Depois da recuperação, o paciente volta à antiga rotina de vida, e pode até mesmo ficar acima do peso. Mas isso não significa que o episódio não volte a acontecer. Portanto, os familiares e pessoas próximas não podem descuidar.


Depoimento feito por uma paciente que sofreu com Anorexia:
"Meu nome é Ana Caroline, tenho 23 anos, e tive ou tenho anorexia nervosa, sei lá, devo ter, mas não aceito. Tudo começou em Janeiro de 2007, eu simplesmente não comia mais, quer dizer não a quantidade necessária que uma pessoa normal teria que comer, diminuir mesmo.
Eu comia raramente, em raríssimos casos, só quando sentia mesmo que a fome batia ou quando doía minha barriga, ai eu era obrigada a comer, só que isso não bastava, eu já tinha o peso baixíssimo, cheguei a pesar 38kg, isso era o máximo que eu conseguia depois que parei de comer meu peso foi caindo, e eu me sentia bem, eu achava pelo menos, me pesei numa drogaria e estava pesando 32kg, eu fiquei com os olhos arregalados e disse pra minha mãe, rapidamente ela falou com a minha tia e me levaram pro médico, lá disseram que teriam que me internar, só assim eu aumentaria meu peso, nunca chorei tanto na minha vida, mesmo eu vendo meu peso baixíssimo, não queria ser internada de maneira nenhuma, eu ate disse pra medica que não iria me internar que faria o tratamento em casa, ela me olhou e disse você não irá fazer eu sei disso, então vai ser internada, no mesmo dia me internei no Unimed, fiquei com aquelas agulhas passando soro, vários remédios, tiraram meu sangue varias vezes pra fazer exames, fiz ate ultrassom, estouraram uma veia minha, me furaram em todo canto e não dava nada em exame nenhum. Meu médico perguntou de mim varias vezes porque parei de comer, eu falei que não sabia, e disse que não sentia fome e não comia, ai mandaram uma nutróloga pra cuidar de mim, ela perguntou se eu me achava gorda quando me olhava no espelho, eu comecei a ri e disse claro que não, onde a senhora vê gorda aqui, nem meu braço é forte, ai ela disse que eu deveria falar com um psicólogo, mas não apareceu o tal psicólogo. Fiquei uma semana naquela joça de hospital, comendo mais que gente gorda, em todos os horários, incluindo as merendas, eu não ficava com fome nunca naquele hospital, sai de la com 35kg e toda feliz, parecia que eu tinha engordado 100kg e só sai porque eu fiz maior escândalo, chorei, e levantei da cama pra falar com o medico, porque a medica disse pra mamãe que eu passaria 2meses no hospital, onde eu passar 2meses, nem no sonho da mamãe, ai ele me liberou la, mas disse pra eu comer em casa, continuar a mesma rotina que eu fiquei no hospital, se não ele mesmo viria me pegar em casa e me internar novamente. Quando sair arranjei uma psicóloga e uma nutrologa, eu ia nas duas normalmente. Com 4meses indo nas medicas normalmente descubro que to grávida, fui numa ginecologista. Voltei com a psicóloga e contei pra ela, levei um ralho dos grandes, ela disse que não era pra eu ter deixado acontecer isso, pelos cálculos foi logo depois que eu sair do hospital uma semana depois que sair que eu engravidei, nisso ela disse que o nenê poderia nascer raquítico, como eu não comia direito, iria afetar ele, chorei demais. Fui à nutrologa, ela também disse a mesma coisa, foi quando comecei a comer nos horários, comer frutas coisa que não faço, e meu baby nasceu com 3,5kg, grandão e saudável, três dias depois de ter tido ele, já tinha perdido todo os 12kg que eu tinha ganho na gravidez e voltado pros 35kg, que triste. Parei de ir as médicas, enjoei delas, a verdade é que não gosto de médico. Voltei a ir em uma outra nutrologa, mas parei também, três meses que ia com ela e meu peso não saia de 35kg, isso me irritou e parei de ir.
Minha vida está a mesma coisa, como de vez em quando, as vezes é preguiça mesmo, mas a psicóloga na época dizia que era culpa do pai do meu filho que sacaneava muito e eu fazia as coisas comigo, ficava triste essas coisas, mas eu acho que não, é porque não sinto fome mesmo e pronto. Ainda não me pesei com medo de eu está com o mesmo peso de 2007 e nem vou me pesar."